sábado, 5 de novembro de 2016

Ciclos de Chuva.

O céu, outrora azul e brilhante, ficou negro. 

Era sinal de que as primeiras chuvas de outono se aproximavam, pensou Ela. A som da chuva sempre foi reconfortante para Ela; simbolizavam o recomeço do ciclo. Fim dos dias longos de Sol, de luz. Os dias, mais curtos e frios, traziam menos tempo para andar na rua; ainda assim Ela gostava de observar as pessoas na Rua a caminhar, em passo acelerado (está frio!) com os narizes vermelhos.
"Lembram-me renas" sussurrou, apesar de ninguém estar por perto para a ouvir. Sorriu, um pouco embaraçada por ter verbalizado algo que era suposto ter ficado apenas no seu pensamento.

Continuou a observar os transeuntes daquela movimentada cidade por um momento que pareceu a eternidade. A primeira gota caiu. "É melhor apressar-me", pensou. Caminhou apressada (à semelhança dos que a rodeavam). Contornou uma esquina, virou à direita. Continuou a caminhar. A chuva começou a cair. Acelerou o passo, quase corrida. Virou à esquerda, chegou a casa.

Entrou em casa, satisfeita por já não estar na rua. Ainda assim, correu para a janela. E ficou a ver chuva cair... Era altura de mudança, de entrar numa nova época, de retomar o ciclo; era altura de deixar a chuva lavar a sua alma.

Rita Leão, 5 de novembro de 2016

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